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2012 - Livro Vermelho 2013

Passiflora elegans Mast. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 21-08-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Passiflora elegans caracteriza-se por trepadeiras lenhosas, hermafroditas, terrícolas. Endêmicado Brasil. Restrita do bioma Mata Atlântica, em floresta ombrófila densa. Ocorredesde o litoral do estado de São Paulo até o interior do Rio Grande do Sul, em interiorou borda de mata, também em capoeiras. Apresenta EOO e AOO de 314.270,030km² e36km² respectivamente. Devido a sua área de ocorrência estar severamentefragmentada, seus habitats em constante ameaça principalmente pela expansãourbana e a pouca representatividade da espécie em coleções científicas, podemosinferir que trata-se de uma espécie que poderá estar ameaçada em um futuropróximo. Torna-se necessário o investimento em pesquisacientífica e esforços de coleta a fim de certificar da existência de novassubpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Passiflora elegans Mast.;

Família: Passifloraceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Nome-popular: maracujá-de-estalo (Rio Grande do Sul) (Cervi, 1997).

Distribuição

Argentina, Uruguai e Brasil, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo (Cervi, 1997; Bernacci et al., 2003).

Ecologia

Trepadeira lenhosa, que habita interior e borda de mata. Fértil de setembro a abril.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No estado do Rio Grande do Sul, o desmatamento dos bosques naturais, especialmente da Floresta Estacional e da Mata dos Pinheiros, é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento que sempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendo o plantio até a borda dos cursos dágua, com perda de vegetação ciliar, e implicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação de herbicidas e pesticidas. A conseqüência imediata da retirada da cobertura vegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processo erosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, como perda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradação física, química e biológica dos solos, aumento no custo de produção, assoreamento dos rios e reservatórios, redução na qualidade e disponibilidade da água, aumento no custo de tratamento e danos à vida aquática. O domínio da Mata Atlântica ocupava, originalmente, cerca de 13 milhões de hectares (50% da superfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga que atingem apenas 600.000 hectares, aproximadamente, 5% da cobertura original. Outra conseqüência direta do desmatamento abusivo tem sido o desaparecimento gradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais se destacam o pinheiro brasileiro, (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandra spp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrela fissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocotea porosa).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Atualmente a floresta ombrófila densa de Santa Catarina está descaracterizada e fragmentada, devido principalmente a processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividades de agricultura, ocupação desordenada e extração de carvão mineral, reduzindo drasticamente a vegetação original e resultando em formações secundárias em diferentes estágios sucessionais (Citadini-Zanetti et al., 2009).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha) de seu território. Hoje, a Mata Atlântica no Estado representa cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreas protegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas (favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária, mineração, extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição da água, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes à conservação dos remanescentes da Mata Atlântica no estado de São Paulo (Costa, 1997).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria VU (CONSEMA, 2002).

Referências

- CERVI, A.C. Passifloraceæ do Brasil. Estudo do gênero Passiflora L., subgênero Passiflora. Fontqueria, n. 45, p. 1-92, 1997.

- BERNACCI, L.C.; VITTA, F.A.; BAKKER, Y.V.RIMA - FAPESP. Passifloraceae. 2003. 247-274 p.

- CITADINI-ZANETTE, V.; DELFINO, R.F.; BRUM-FIGUEIRÓ, A.C.; SANTOS, R. Rubiacea na recuperação ambiental no sul de Santa Catarina., Revista de Estudos Ambientais (REA), BLumenau, Universidade Regional de Blumenau, v.11, p.71-82, 2009.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- COSTA, J. D. B. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo. M. Atlântica. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo., São Paulo, 1997.

Como citar

CNCFlora. Passiflora elegans in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Passiflora elegans>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 21/08/2012 - 20:06:37